A CAGARRA
Boletim de Sociedade Caboverdiana de Zoologia
Edited by | Editado por Cornelis J. Hazevoet cjhazevoet at gmail.com
No. 7 - OCTOBER / OUTUBRO DE 2014
Have you seen, heard or read something of zoological interest? Let us know!
Viu, leu ou ouviu algo com interesse zoológico recentemente? Informe-nos!
With approximately 78-81 pairs, Cape Verde harbours the largest island population of osprey Pandion haliaetus in the Western Palearctic (WP). Most pairs are concentrated in the Windward (Barlavento) northern islands. The osprey population of Boa Vista has been regularly monitored since the year 2000. In the years 2004-2007, the population density of ospreys in Boa Vista was the highest among all sedentary island populations in the WP. Nevertheless, productivity was found to be the lowest in the WP. Depredation of nests by the brown-necked raven Corvus ruficollis has been identified as the major cause of reproductive failure. For the last three years (2012-2014), Cabeólica, the company managing the wind farms in Cape Verde, has been funding bird monitoring and conservation activities in Boa Vista. A ringing programme was initiated in 2012, in which yellow-coloured Rolled Read Rings with black digits (www.juvaste.fin) have been applied to all young ospreys that survived the nestling period. The aim of this ringing programme is to monitor bird movements (juvenile dispersal/migration) and to assess survival rate. During these three years, only five young ospreys from 35 monitored active nests (nests with breeding activity) successfully fledged in Boa Vista: one in 2012 (yellow ring 01) and four in 2014 (yellow rings 06, 07, 08 and 09).
The bird with yellow ring 01, a female ringed at nest No. 81 on 12 March 2012, was observed and photographed by local naturalist Daniel Évora Martins at the salinas near Porto Inglês, Maio Island, on 25 May 2014. This finding is significant since inter-island osprey juvenile dispersal has now been shown to occur for the first time in Cape Verde. It also shows that colonization of Leeward (Sotavento) Islands by ospreys from Windward Islands is possible. Hopefully, this young female will be found again as an adult breeding bird in Maio or Boa Vista in the near future.
We would be grateful receiving details (date, location or GPS position, behaviour, and any other relevant information) and (if possible) pictures of sightings of colour-ringed ospreys from any location in Cape Verde. Please send your sightings to Pedro López curralvelho@hotmail.com or Luis Palma luis.palma@cibio.up.pt. Thank you for your help and cooperation.
© Daniel Évora Martins.
Purple herons were first discovered breeding at São Domingos in 1951. The present observation is the first report of purple herons nesting there since the 1960s, when the population was estimated at 30 pairs (1963) and 50-60 pairs (1966). In 1966, the abbé René de Naurois described it as a new taxon and named it in honour of its discoverer W.R.P. Bourne. Visits to São Domingos during the 1980s and 1990s yielded no result and it was thought that the herons had abandoned the site altogether.
For many years the huge kapok at Boa Entrada was the only known breeding site (discovered in 1963), with the number of occupied nests there not exceeding six during the late 1980s. The last indications of possible breeding at Boa Entrada are from March 2000 and the site appears to have been abandoned since. In 1963, there may also have been a breeding attempt at Trindade. In 1991, another colony was found at Banana, Ribeira Montanha, with up to 20-25 occupied nests. In 2006, a pair bred at Ribeira Cuba, Serra Malagueta, and there may have been another breeding attempt in the area in 2007.
The construction of the watershed at Poilão appears to have had a positive effect on the well-being of the Cape Verde purple heron population, with growing numbers being reported from various inland sites in general and Poilão in particular. With other watersheds having been constructed in recent years and more under construction, the future of the Cape Verde purple heron may now be somewhat less bleak than it seemed over the past decades. Regular monitoring of all known breeding sites remains needed to obtain a better picture of current population size and breeding success, while protective measures at the breeding sites (together consisting of only a handful of trees) remain urgently needed.
© Genarro Cascella.
The cause of the stranding is unknown. At least two more young were noticed. The event took place in the morning at high tide. Perhaps the animals got trapped in the surf as low tide was setting in. Most individuals had injuries on their beaks from trying to dive in the shallow water. An adult dolphin (presumably a female), escorted by a young, came along and guided most of the group to the open ocean. After an hour, the volunteers were able to guide the remaining six animals to the open sea as well. This group appeared to be led by another female with a young. She and her offspring were swimming more actively in different directions than the other dolphins (which formed a tight group), as if she was trying to find an exit.
This was the first stranding of pantropical spotted dolphin in Boa Vista since regular monitoring began 14 years ago. It is one of the commoner and regularly reported dolphin species in Cape Verde seas, although identification at sea is not always easy and confusion with Atlantic spotted dolphin S. frontalis may occur.
NOTÍCIAS ZOOLÓGICAS DE JORNAIS
Na ilha do sal, duas baleias piloto deram a costa na praia de Jorge Fonseca. Uma media 3,85 metros e a outra 4,86. Pessoas no local tentaram salva-las, mas tal não foi possível. Entretanto curiosos presentes na praia, deram conta de outras baleias nas imediações. A baleia–piloto tropical, possui o corpo robusto com uma coloração geral cinzento-escuro a negra, e com uma mancha clara atrás da barbatana dorsal. A cabeça é arredondada como um melão proeminente, mas sem bico bem definido. A barbatana dorsal é pouca elevada, arredondada e com base de inserção muito larga, situada na região anterior. Esta forma um ângulo obtuso com a região dorsal anterior. São animais mais corpulentos do que qualquer outra espécie de golfinhos. A extremidade das barbatanas peitorais não ultrapassa a base da barbatana dorsal. Tais mamíferos chegam a medir até 8,5 metros de comprimento. Os dois cetáceos, estiveram durante toda a manhã de ontem na praia Jorge Fonseca a espera de serem enterrados.
Notícias do Norte, 26 de Junho de 2014
Cinco golfinhos morreram nesta quinta-feira na zona de Parda, perto de Pedra de Lume, ilha do Sal. Os animais deram à costa, e apesar de todo o esforço para os devolverem ao mar, não resistiram. Mais sorte teve um grupo de baleias que encalharam na Costa de Fragata, Santa Maria, que após uma luta de várias horas o bando voltou ao alto mar e seguiram viagem.
Esta é a segunda vez que cetáceos dão á costa no Sal em menos de um mês. Na noite de 23 de Junho duas baleias pilotos também deram à costa, na praia de Jorge Fonseca, em Santa Maria. Os dois animais, um de 3,85m e outra de 4,86m, tinham vários ferimentos, o que dificultou o seu regresso ao mar. Acabaram por falecer horas depois, apesar de muito esforço de voluntários para os devolver à água.
A Semana, 4 de Julho de 2014
(screenshots, Jornal da Noite TCV, 3 July 2014).
[SCVZ EDITOR’S NOTE: The strandings at Praia de Jorge Fonseca and Costa da Fragata concerned short-finned pilot whales Globicephala macrorhynchus. Those at Praia de Parda were melon-headed whales Peponocephala electra. Both species are common in Cape Verde seas and have repeatedly been involved in strandings during the past decade. A video report of the strandings at Praia de Parda and Costa da Fragata can be seen here. In addition to the strandings in Sal, there was also a report of two short-finned pilot whales stranded in Santa Luzia, late June/early July 2014.]
Três golfinhos deram à costa de Ponta de Sol, Santo Antão, na noite de sexta-feira. Um deles foi salvo por pescadores e por um grupo de moradores de Ponta de Sol, mas os outros dois acabaram por morrer na praia.
Os três golfinhos deram à praia por volta das 20 horas. Uma pessoa que passava pelo local deu o alarme, mas houve algum atraso no arranque da operação de salvamento, já que os pescadores envolvidos não puderam contar, logo de início, com o apoio de técnicos do INDP. Dois dos golfinhos acabaram por morrer na praia, mas um deles ainda respirava quando Os pescadores e a população, junto com técnicos do INDP, trabalharam até a madrugada de ontem sábado, tentando salvar o único animal que sobreviveu. O golfinho sobrevivente foi transportado em maca para a baía de Ponta de Sol, de onde as pessoas nadaram com ele na tentativa de o reanimar. Acompanharam-no, várias vezes, até o mar largo, mas o animal regressava sempre à baia. Na manhã de ontem, já com a luz do dia, o animal saiu da baía sem acompanhamento e ganhou o mar. Os dois golfinhos mortos foram enterrados assim que amanheceu.
A Semana, 10 de Agosto de 2014
[SCVZ EDITOR’S NOTE: It is as yet unclear which species was involved in the Ponta de Sol stranding. The photo used in the newspaper report is in fact of the Globicephala stranding in Sal, 3 July 2014 (see above). Should anyone have information on the specific identity of the animals at Ponta de Sol, please let us know.]
Para o espanto da Turtle Foundation, uma Tartaruga Oliva (Lepidochelys olivacea) desovou este fim-de-semana, na praia de Ponta de Sol a Norte de Sal-Rei, ilha da Boa Vista. Mas no meio de todo este “entusiamo e espanto”, esta ONG atribui este achado a uma obra do acaso, provavelmente uma tartaruga perdida.
O invulgar nisto é que a Tartaruga Oliva desova normalmente nas praias da América Central e da Índia. No entanto, têm aparições esporádicas nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico (nosso caso). Em cada ninho depositam em média uma centena de ovos. A Tartaruga Oliva mede até 70 centímetros e quando atinge a idade adulta, pesa à volta de 50 quilos. Alimenta-se sobretudo de medusas, peixes, moluscos, caranguejos e algas.
A Semana, 14 de Agosto de 2014
Os responsáveis do projecto de preservação e conservação das tartarugas marinhas na ilha do Fogo (Projecto Victó), identificaram este ano nas praias da ilha um total de 39 ninhos de desovas de tartarugas. A maioria dos ninhos, segundo Paulo de Pina, responsável pelo projecto estão localizados no município de Santa Catarina do Fogo (Praia Grande com 16 ninhos) e os demais espalhos pelas diferentes praias. As principais praias de desovas de tartarugas onde efacturam o acompanhamento da situação, além dos 39 ninhos de desovas identificaram ainda um total de 106 rastos de tartarugas. Na praia de Fonte Bila, a mais extensa da ilha e que no passado chegou a registar grande movimentação de tartarugas, até este momento foi identificado um total de três ninhos e a diminuição deve-se, segundo este responsável, à extracção de areia e à presença de luz e de movimentação de pescadores durante a noite. A nível do Ilhéu Rombo e Seco, até este momento e nas três expedições que os responsáveis do Projecto Victó já efectuaram aquele espaço, foram identificados ao todo 65 ninhos e 151 rastos de tartarugas, demonstrando grande movimentação desta espécie nas praias dos dois ilhéus. Uma quarta missão deve deslocar-se hoje aos ilhéus para o seguimento das actividades de preservação de tartarugas marinhas. A equipa que visitou a praia de Cais, no município dos Mosteiros, desconhece a apreensão pela Polícia Nacional (PN), na quarta-feira, de 14 quilos de carne de tartaruga, que segundo informações foi capturada por um mergulhador que vendeu a carne a um emigrante a 500 escudos/quilo. A PN que recebeu uma denúncia anónima, interceptou o emigrante, um individuo de 69 anos, ao fazer o percurso Relva/Queimada Guincho na posse da carne de tartaruga que vai ser destruída pela Polícia. O projecto trabalha neste momento com 10 guardas que fazem a monitorização nocturna das praias para identificação dos ninhos e rastos, mas sobretudo para evitar o abate das tartarugas, assim como para evitar a destruição dos ninhos, que segundo Paulo de Pina, estão em seguimento.
Ocean Press, 22 de Agosto de 2014
Um grupo de pescadores de São Pedro está a arrasar os fundos marinhos costeiros das ilhas de S. Vicente e de Santa Luzia, graças a uma técnica de pesca denominada “crosse”, que permite capturar grandes quantidades de peixe com recurso a redes de tresmalhe e a mergulhadores. O biólogo marinho Rui Freitas já lançou o alerta ao Director-Geral das Pescas, ao Instituto Nacional das Pescas (INDP), Ministério do Ambiente e à comunidade científica nacional pedindo a sua proibição imediata. “Ou banimos essa técnica de pesca, de vez, do nosso arquipélago ou ela afunda-nos de uma vez por todas”, frisa o biólogo. “As capturas são colossais, independentemente do tamanho e do valor comercial do peixe. Isso explica a presença de grande quantidade de peixes ‘estranhos’ no nosso mercado e que até há bem pouco tempo não tinham qualquer valor comercial. São exemplos disso o fambil, tainha branca, ruta preta, bidiões de grandes dimensões, na sua maioria herbívoros do ambiente recifal costeiro”, elucida o biólogo, frisando que a comunidade piscatória de São Pedro é conhecida como a que mais destrói o ecossistema marinho cabo-verdiano, por combinar juventude, astúcia e tecnologia na arte da pesca.
Há pelo menos três anos que, segundo o biólogo Rui Freitas, os pescadores de S. Pedro adoptaram a técnica de pesca “crosse” como forma de maximizar o trabalho em equipa. Depois de devastarem boa parte do litoral Sul de São Vicente, levaram essa técnica para as ilhas de Santo Antão, Santa Luzia e Ilhéu Branco, conta o especialista, para quem a zona Norte destas ilhas está mais salvaguardada devido ao hidrodinamismo das ondas, que dificulta o uso dessa técnica. O debate sobre o uso da “crosse” não é novo em S. Vicente, realça o presidente-cessante da Associação Nova Geração dos Pescadores de S. Pedro, Celestino Oliveira. Este “lobo do mar” diz que há algum tempo fez saber a sua opinião sobre essa matéria numa conversa com operadores do sector pesqueiro e com o próprio Presidente do INDP. Resumidamente, Celestino Oliveira considera que os profissionais da vila piscatória estão a ser alvo de críticas infundadas por causa da sua reconhecida capacidade de inovação.
Dilema entre o futuro e a sobrevivência da geração actual “Para começar, só o pessoal de S. Pedro é que usa esta técnica de pesca inovadora denominada ‘crosse’, o que tem causado algum ciúme junto de outras comunidades piscatórias e alimentado alguma polémica à volta deste novo método de captura do pescado. Há quem acuse os pescadores de usarem garrafas de ar, que, como sabemos, são proibidas na pesca. Mas só um ou dois mergulhadores usam esses engenhos para evitar que a rede de tresmalhe fique presa nas rochas”, informa Oliveira, que se mostra agastado com “certos professores universitários que agora adoptaram a mania de ambientalistas radicais.” É que, na perspectiva deste homem do mar, há tanta preocupação com o futuro que ninguém se lembra que a geração actual também precisa sobreviver. Segundo Celestino Oliveira, não é verdade que os pescadores roçam tudo o que lhes aparece à frente. Esclarece que pelo facto de poderem visualizar os peixes com a máscara, os mergulhadores podem seleccionar a captura. Por outro lado, assegura que as redes de tresmalhe usadas por esses pescadores respeitam as medidas regulamentadas, que são de 30 por 33 milímetros. “É verdade que essa técnica possibilita boas capturas, que permitem pagar o esforço dos pescadores e fazer a manutenção dos equipamentos. Mas é bom frisar que o pessoal de S. Pedro sempre foi muito activo e criativo na arte da pesca”, realça Oliveira.
A polémica do uso da “crosse” pelos pescadores de S. Pedro já chegou ao conhecimento do INDP. Porém, o Instituto das Pescas, diz o seu presidente Óscar Melício, não tem competência para investigar a forma como essa técnica é aplicada. “Se usam a garrafa de ar para a captura isto é ilegal, é bom frisar. No entanto, sabe-se que muitas vezes os pescadores recorrem à garrafa para soltarem as redes que ficam presas nas rochas”, pontua o responsável do INDP, instituição que ainda não conseguiu medir o impacto da técnica “crosse” no equilíbrio do ecossistema marinho. Isto, por se tratar de uma arte de pesca relativamente nova, alega o seu presidente. No entanto, Melício admite que o tamanho médio dos peixes de fundo diminuiu, o que pode ser um sinal da sobrecarga de pesca dessas espécies, em Cabo Verde. Um exemplo disso é a garoupa, um dos peixes comerciais mais procurados no arquipélago, mas que tem vindo a escassear no mercado. Essa situação preocupa o INPD porque, segundo Óscar Melício, o potencial de peixes de fundo é limitadíssimo em Cabo Verde e o seu consumo não pára de aumentar.
A Semana, 18 de Junho de 2014
O camarão-soldado, o caranguejo e o tubarão azul foram incluídos na lista das espécies que podem ser capturadas em Cabo Verde, no âmbito do plano executivo bianual de gestão de recursos heliêuticos para o período 2014 - 2015 em vigor, informou o diretor-geral dos Recursos Marinhos. Juvino Vieira disse que o plano determina um conjunto de medidas que governam a exploração sustentável e racional dos recursos de pesca, bem como o licenciamento da atividade. Para além da captura controlada de novas espécies, o plano estabelece que a captura do isco-vivo para a pesca do atum passa a ser permitida numa parceria entre as zonas piscatórias e os armadores. Outra novidade é que passa a ser proibida a pesca de chicharros (Selar crumenophthalmus) com tamanhos inferiores a 16 centímetros, bem como se mantém a proibição da captura e da comercialização do pepino do mar, invertebrado da família das estrelas-do-mar. Ignorado em Cabo Verde, mas muito apreciado na culinária oriental, o pepino do mar começou a ser pescado e exportado de forma ilegal a partir de 2000, em São Vicente, e face à procura, às apreensões e aos riscos que representa para os pescadores, essa atividade foi proibida até que seja regulamentada. O plano permite a pesca do tubarão, embora essa atividade esteja a ser alvo de críticas por parte de organizações ambientalistas, como a Biosfera I, devido à sua captura desenfreada por parte de embarcações de certos países da União Europeia, autorizados a pescar nos mares de Cabo Verde, ao abrigo de um acordo bilateral. Os contestatários desta atividade denunciam, sobretudo, o facto de os tubarões capturados serem devolvidos ao mar depois de lhes ser retirado a barbatana, a parte deste eixe com maior valor comercial. Entretanto, a 1 de agosto iniciou o período de defeso da cavala preta (Decapterus macarellus), ficando interdita a captura e a comercialização da espécie até o final do mês de setembro. A cavala é, a par do chicharro, das espécies marinhas mais abundantes nos mares do arquipélago, mas a sua captura desenfreada, sobretudo no período da desova, estava a pôr em perigo um peixe que exerce um importante papel na dieta alimentar das populações, sobretudo das ilhas do norte do arquipélago. O período defeso da pesca da cavala, que passou a vigorar desde de 2008, já está, segundo os especialistas, a ter reflexos positivos na reprodução da espécie. As autoridades cabo-verdianas decidiram também, no ano passado, suspender o licenciamento da pesca com rede de arrasto nas praias do arquipélago para evitar a captura de pescado com tamanho inferior a sete centímetros.
Ocean Press, 4 de Agosto de 2014
Cabo Verde vai ter dentro em breve um Plano de Conservação e Gestão do Tubarão como forma de se gerir de modo sustentável as espécies que podem ser exploradas, anunciou o director-geral das Pescas, Juvino Vieira. Em declarações à Inforpress, este responsável disse que o objectivo de ter esse plano, que está a ser elaborado pela Direcção-Geral das Pescas (DGP), é de não permitir que se chegue ao estado de “sobreexploração” do tubarão em Cabo Verde. “Queremos ter um Plano de Conservação e de Gestão do Tubarão para que as espécies que podem ser exploradas, não estejam em extinção, nem que nenhuma organização regional ou internacional as considere também ameaçadas, podendo-se deste modo atribuir licenciamento para a sua captura, mas no âmbito de uma gestão responsável de recursos”, frisou. Segundo Juvino Vieira, no caso do tubarão, mesmo existindo espécies que possam ser pescados, é preciso ter em conta que existem outras que estão em vias de extinção e que por isso devem ser protegidas. É o caso do tubarão tigre, tubarão limão, tubarão martelo, tubarão azul ou tubarão mako. No entender do director-geral das Pescas, não só em relação aos tubarões, é também preciso “salvaguardar uma exploração responsável” dos outros recursos marinhos que o estudo mostra que podem ser “plenamente explorados”, como é o caso da cavala, chicharro ou dobrada. “São espécies que já temos recomendações do Instituto Nacional do Desenvolvimento das Pescas (INDP) de que possivelmente estão a ser plenamente exploradas, mas que se deve ter atenção no licenciamento e na emissão de recomendações mais frequentes”, indicou.
Expresso das Ilhas, 14 de Agosto de 2014
Dezenas de lula apanhados com as mãos na praia de Santa Maria, ilha do Sal. Hoje, ao pôr do sol, um cardume de lula chegou perto da praia de Santa Maria e centenas de banhistas aproveitaram para fazer açambarcamento.
Ocean Press, 27 de Julho de 2014
A praia de Santa Maria foi invadida na tarde de hoje por uma enchentes de lula-gigantes. Este é a segunda vez, no espaço de dois meses, que tal fenómeno acontece, para curiosidade dos banhistas presentes nas imediações da praia.
Ocean Press, 28 de Agosto de 2014
Recent papers on Cape Verde zoology
Artigos recentes
sobre zoologia Caboverdiana
Water beetles of Cabo Verde – new faunistic data and revised checklist (Coleoptera: Gyrinidae, Dytiscidae, Hydrophilidae). E. Aistleitner & M.A. Jäch, 2014. Koleopterologische Rundschau 84: 45-53.
ABSTRACT New faunistic data on the Gyrinidae, Dytiscidae and
Hydrophilidae (Coleoptera) of the Cabo Verde Archipelago (Atlantic
Ocean) are presented. Two species, Hydroglyphus angularis (Klug, 1834) (Dytiscidae) and Hydrophilus senegalensis
(Percheron, 1835) (Hydrophilidae), collected by the senior author, are
recorded from Cabo Verde for the first time. Specimens recorded under
the name Helochares dilutus (Erichson, 1843) by Wollaston (1867) in fact belong to H. pallens
(Macleay, 1825), which is here recorded from Cabo Verde for the first
time. A revised checklist of the Gyrinidae, Dytiscidae and
Hydrophilidae of Cabo Verde is presented.
Morphological expression and histological analysis of imposex in Gemophos viverratus (Kiener, 1834) (Gastropoda: Buccinidae): a new bioindicator of tributyltin pollution on the West African coast. Ruy M.A. Lopes-dos-Santos, Corrine Almeida, Maria de Lourdes Pereira, Carlos M. Barroso & Susana Galante-Oliveira, 2014. Journal of Molluscan Studies http://dx.doi.org/10.1093/mollus/eyu037
ABSTRACT We describe the reproductive system and morphological expression of imposex in the marine gastropod Gemophos viverratus
(Kiener, 1834) for the first time. This species can be used as a
bioindicator of tributyltin (TBT) pollution on the west coast of
Africa, a region for which there is a lack of information regarding
levels and impacts of TBT pollution. Adult G. viverratus
were collected between August 2012 and July 2013 in São Vicente Island
(Republic of Cabo Verde), at pristine sites on the northeastern and
eastern coasts and at Porto Grande Bay, the major harbour in the
country. All the females (n = 81) caught outside the bay were normal, but 99% (n
= 108) of those collected inside the bay exhibited degrees of abnormal
virilization. Seven levels of imposex intensity, from stage 0 (normal)
to stage 6 (sterilized females), are described following at least three
different pathways of evolution (a, b and c). Female sterilization was
caused mainly by abnormal growth of ‘tumour-like’ tissues in the
oviduct. A peculiar characteristic of imposex in this species is the
development of a distal prostate by females, resembling the same organ
exhibited by males. In the laboratory, imposex could be artificially
induced by injecting very small doses of TBT into females,
demonstrating that TBT is a causative agent of this syndrome.
Going further on an intricate and
challenging group of nudibranchs: description of five novel species and
a more complete molecular phylogeny of the subfamily Nembrothinae
(Polyceridae). Marta Pola, Vinicius Padula, Terrence M. Gosliner & Juan Lucas Cervera, 2014. Cladistics
http://dx.doi.org/10.1111/cla.12097
ABSTRACT Nembrothinae is a colourful subfamily of nudibranch
polycerids, which despite its large size and striking appearance, needs
to be more thoroughly studied. The available scientific information
about this subfamily is very recent, and pictures of living undescribed
species become available every day. Nevertheless, the lack of
associated material for morphological, anatomical, and molecular
analysis results in scarce additional studies. In this paper, five
novel species are described: Roboastra ernsti sp. nov., Roboastra nikolae sp. nov., Tambja brasiliensis sp. nov., Tambja crioula sp. nov., and Tambja kava sp. nov. In addition, Tambja divae
(Marcus, 1958), a species previously known only from the original
description, is redescribed and additional data and comments on Tambja cf. amakusana Baba, 1987 and Tambja marbellensis
Schick and Cervera, 1998 are provided. Molecular data (H3, COI and 16S
genes) for all these novel species and some additional ones were
obtained and included in a previous molecular database.
Maximum-likelihood, maximum-parsimony and Bayesian analyses were
carried out. The phylogeny presented here has revealed Nembrothinae to
be an intricate and challenging group of nudibranchs to study.
Intermediate missing species seem to be critical to understanding the
evolutionary relationships within this group.
[SCVZ EDITOR’S NOTE: Includes description of Tambja crioula sp. nov., type locality Ilhéu dos Pássaros, São Vicente, Cape Verde Islands.]
A new nudibranch, Flabellina albomaculata sp. nov. (Flabellinidae), from the Cape Verde Archipelago with comparisons among all eastern Atlantic violet Flabellina spp. Marta Pola, Leila Carmona, Gonçalo Calado & Juan Lucas Cervera, 2014. Marine Biology Research
http://dx.doi.org/10.1080/17451000.2014.923102
ABSTRACT A new species of the genus Flabellina
is described from the Cape Verde Archipelago. This species is
characterized by having smooth rhinophores and cerata not inserted on
stalks. The ground colour is pinkish violet. The apical half or
two-thirds of the rhinophores and oral tentacles are white. The garnet
digestive gland is visible through the pinkish translucent ceratal
surface. Opaque white spots are irregularly scattered on the ceratal
surface, mainly on the upper half. This species is compared with all
the eastern Atlantic violet Flabellina spp. and with Piseinotecus gaditanus.
Chitons (Mollusca, Polyplacophora) from São Tomé and Príncipe Islands. Bruno Dell’Angelo, Enrico Schwabe, Sandro Gori, Maurizio Sosso & Antonio Bonfitto, 2014. African Invertebrates 55 (2): 171-200.
ABSTRACT The chiton fauna of São Tomé and Príncipe Islands is
poorly known and here we present the first comprehensive and
illustrated account of living Polyplacophora from these islands. Four
species have been reported to date: Lepidochitona rolani Kaas & Strack, 1986, Chiton lyratus Sowerby, 1840, Chiton canariensis d’Orbigny, 1839 and Notoplax productus (Carpenter in Pilsbry, 1892). Two of these species are actually valid, while C. lyratus is considered a synonym of Rhyssoplax canariensis. N. productus was incorrectly considered to be the valid name for Craspedochiton foresti (Leloup, 1965). The present paper increases the list of living chiton species to 12, of which two are described as new, namely Stenoplax hernandezi sp. n. and Callochiton saotomensis sp. n. Three species are assigned only at generic level but reflect new records for these islands. Type specimens of Chiton lyratus and Chiton canariensis are figured.
[SCVZ EDITOR’S NOTE: Range extension of Chaetopleura caboverdensis (Kaas & Strack, 1986), previously known from the Cape Verde Islands and Senegal, and Lepidochitona rolani Kaas & Strack, 1986, previously known from the Cape Verde Islands only.]
Ship-assisted passage by Iago sparrows from Cape Verde Islands to Madeira and the Netherlands in May 2013. Enno Ebels, Nils van Duivendijk, Pieter van der Luit & Laurens B. Steijn, 2014. Dutch Birding 36: 167-171.
[No abstract; Passer iagoensis. See also Zoological News | Notícias Zoológicas No. 2 & 3, 2013.]
Homosexual mounting of Iago sparrows after ship-assisted arrival in the Netherlands. C.W. Moeliker, 2014. Dutch Birding 36: 172-173.
[No abstract; Passer iagoensis.]