A CAGARRA
Boletim de Sociedade Caboverdiana de Zoologia
Edited by | Editado por Elves H. Duarte ehelegam@gmail.com
No. 13 - JULY / JULHO DE 2016
Have you seen, heard or read something of zoological interest? Let us know!
Viu, leu ou ouviu algo com interesse zoológico recentemente? Informe-nos!
Através da venda de livros resultante de um projecto financiado pelo Global Environment Facility - Small Grants Programme (GEF-SGP) em 2011 e co-financiado em 2015 pela Direcção Nacional do Ambiente (DNA), Cabo Verde, a Sociedade Caboverdiana de Zoologia (SCVZ) atribuiu as primeras bolsas de investigação a estudantes e investigadores nacionais e Europeus.
A candidatura a bolsas do Fundo Desertas foi anunciada em Abril deste ano. Para a avaliação, montou-se um comité cujos membros vinham das diferentes instituições associadas ao projecto. Foi ainda convidado um investigador sénior externo que, juntamente com a equipe analisou as 10 candidaturas submetidas. A maioria das candidaturas tinham como alvo a avifauna (guincho, alcatraz, pedreirinho, pardal, calhandra, cagarra, rabo-de-junco), embora houvessem outras focando-se no tubarão, em parasitas e plantas. Seis candidaturas foram reprovadas entre a pré-selecção e o processo de avaliação. As restantes quatro foram financiadas, duas propostas por estudantes e investigadores nacionais e os outras duas por estrangeiros, sendo eles: (1) “Translocation test methodology of Cape Verde Shearwater (Calonectris edwardsii) in Raso Islet for future reintroduction in Santa Luzia” submetido por Isabel Fortes (Biosfera, Cabo Verde), (2) Caracterização, distribuição e abundância da população de Rabo de junco, Phaethon aethereus (Linnaeus 1758) no ilhéu Raso, Cabo Verde submetido por Kátia Santos (ABICV, Cabo Verde), (3) “How parasites affect their hosts: Charactetization of parasites infecting endemic Cape Verdean reptiles on the Desertas Islands” submetido por Amanda de Sousa (CIBIO, Portugal) e (4) “Monitoring of the Critically Endangered Raso Lark: adding to a remarkable 15-year dataset” submetido por Michael Brooke (Universidade de Cambridge, Inglaterra).
Uma vez que as vendas dos restantes livros ainda está a decorrer, a SCVZ espera em breve abrir novas candidaturas para financiamento de projectos através do Fundo das Desertas. (Contributed by Rui Freitas, Raquel Vasconcelos & Evandro Lopes).
Em Fevereiro último, deu à costa da região nordeste da ilha da Boa Vista, uma quantidade considerável de peixes demersais (ver figura). Entre as espécies mais avistadas encontram-se o bidião-comum (Sparisoma cretense), o barbo (Galeoides decadactylus) e as castanhetas (Abudefduf spp. e Similiparma lurida). A praia de Ponta Antónia foi o lugar onde se registou a maior parte destes avistamentos.
O primeiro alerta foi dado por praticantes de kitesurf. Apesar da Agência Marítima e Portuária ter emitido um aviso interditando a área afectada à prática de actividades, nomeadamente, pesca e desportos náuticos, este nunca foi acatado. Uma equipa de técnicos locais monitorizou regularmente a zona e os arredores. Também contaram com a colaboração de pescadores e de taxistas em excursões turísticas. Concluíram que este fenómeno afectou toda a região norte da ilha, maioritariamente entre a Baía de Ponta Antónia e a Ponta Altar (um total de quase 2 km de costa). Várias amostras foram recolhidas nos locais afectados para a realização de análises toxicológicas mas até então desconhecem-se as causas e a origem desta mortalidade massiva de peixes.
Com o passar do tempo, este incidente ganhou carácter pontual. A diversidade de espécies aumentou e outras espécies como a taínha (Chelon bispinosus), reis, raínhas, garoupas, sargos e bicas também foram avistados; num total de 25 espécies de peixes. A limitada diversidade de espécies afectadas, a não ocorrência de invertebrados marinhos e de animais pulmonares (e.g. aves, tartarugas, golfinhos) faz com que uma das principais suspeitas para o estranho evento esteja relacionada com alterações oceanográficas locais. A monitorização do guincho (Pandion haliaetus) pela BIOS.CV (http://www.bioscaboverde.com/) revelou uma profunda mudança na sua dieta. Geramente o barbo constituia apenas 1% da dieta desta espécie, porém passou a ser o constituinte principal, certamente por causa da debilidade do peixe e/ou sua abundância na coluna de água. Tendo em conta a importância económica do sector das pescas no país e o valor económico e nutricional destas espécies, o grupo de técnicos também investigou o efeito deste acontecimento na saúde pública da população da ilha de Boa Vista. A equipe não conseguiu recolher quaisquer notificações de possíveis efeitos na saúde nas comunidades locais.
Este fenómeno revelou uma grande fraqueza das autoridades nacionais em prover uma resposta rápida e eficaz em caso de fenómenos parecidos. Mostra-se assim a necessidade da criação de um comité de emergência para assuntos ambientais que se responsabilizará pelas questões de poluição e contaminação ambiental. É ainda necessário o estabelicimento de protocolos de cooperação entre as instâncias governamentais e entidades de investigação nacionais e estrangeiras para casos de necessidade de realização de análises (e.g. toxicológicas) de forma a possibilitar a identificação das causas e da origem de fenómenos como este aqui descrito. Parece ainda importante e urgente cada ilha dispor de equipamento básico para avaliação da qualidade da água do mar o que permitirá, em casos como estes, o descartar de algumas das possíveis causas. (Contributed by Samir Martins, Rui Freitas, Marina Silva, Pedro López & Adolfo Marco).
NOTÍCIAS ZOOLÓGICAS DE JORNAIS
Além do reforço no controlo nos pontos de entrada no país, nomeadamente aeroportos internacionais, as autoridades de saúde vão também comparticipar na vacina que está disponível nas delegacias de saúde da Praia, do Sal e de São Vicente. Garantindo que se trata de uma vacina “altamente eficaz”, que deve ser tomada dez dias antes da viagem e dá uma imunidade por 10 anos, Tomás Valdez disse que estará disponível nas outras ilhas “proximamente”, para que as pessoas tenham uma viagem segura e evitar o risco de introdução da doença no arquipélago. “Queremos aproveitar esta oportunidade para pedir a colaboração de todos os viajantes com destino a Angola, mas também para outros países do continente africano e para outros países onde ocorrem casos de febre-amarela para que façam previamente a sua vacinação”, apelou. A nível nacional, o Diretor Nacional da Saúde garantiu que será reforçada a luta antivetorial, com pulverização e introdução de larvicidas em grandes reservatórios de água, bem como melhorar o saneamento do meio ambiente para evitar a reprodução do vector.
O responsável de saúde pede também o “envolvimento intersetorial” e medidas do próprio indivíduo para evitar a picada do mosquito, como não deixar água estagnada, ter cuidado com o lixo em e ao redor de casa, colocar redes nas janelas, usar repelentes, entre outras. A febre-amarela não se transmite de humano para humano e, segundo o Director Nacional da Saúde, há mais de um século que Cabo Verde não regista qualquer caso da doença.
Lusa, 25 de Janeiro de 2016; http://tinyurl.com/zb6sg8c
O Gobius salamansa, com pouco mais de três centímetros e meio, foi descoberto em 2013 por três cientistas da estação de biologia marinha de Concarneau do Museu Nacional de Historia Natural de França. Rui Freitas, investigador da Universidade de Cabo Verde, refere que muitos cientistas por vezes vêm a Cabo Verde sem passar pelo conhecimento das autoridades competentes. Desta feita, tratava-se de membros da estação de Concarneau da França, os quais fizeram a recolha, com recurso a materiais avançados de investigação. Trata-se da descoberta de uma espécie sem valor comercial, mas que na óptica do biólogo e investigador caboverdiano, acaba por ser uma mais valia para o nosso património natural.
RTC, 26 de Janeiro de 2016; http://tinyurl.com/h97hfnb
[NOTA DO EDITOR: Nalgumas ilhas de Cabo Verde, “Mané-kabesa” (em crioulo Caboverdiano) refere-se a larvas de mosquitos (Diptera: Culicidae). Não confundir com Mané-cabeça, aqui descrito como um dos nomes da nova espécie de Gobídeos.]
Ledo Pontes afirma que a Delegacia de Saúde já teve encontros com os presidentes das Câmaras no sentido de uma maior mobilização e contactos estão sendo estabelecidos com outros serviços e instituições, tendo o mesmo apelado a população a mobilizar-se e participar nesta campanha para que o mesmo tenha êxito e seja diferente da realizada em Dezembro. Apesar de ter diminuído o número de pessoas atendidas no serviço de urgência do hospital regional com quadro suspeito de infecção por vírus Zika, neste momento a situação é diferente mas mesmo assim “preocupante” no entender do Delegado de Saúde que com estas atividades pretende eliminar os mosquitos. Este afirma que a campanha é para eliminar os mosquitos adultos, mas que todos devem envolver-se para acabar com os focos de reprodução dos mosquitos, porque conforme explicou, só assim será eliminado o vírus antes que tenha consequências maiores para a própria economia da ilha e do país. Na última semana, o serviço de urgência do Hospital Regional de São Filipe atendeu 43 pessoas com quadro suspeito de Zika, e sem que esteja contabilizado os casos de sábado e domingo, Ledo Pontes, indica que a média semanal é de aproximadamente 60 casos, facto que ainda suscita preocupações.
Inforpress, 1 de Fevereiro de 2016; http://tinyurl.com/h97hfnb
Zé Pereira leva exposição “Paisagem, Fauna e Flora de Cabo Verde” a Mindelo
Em uma entrevista à Inforpress, o fotógrafo avançou que durante a inauguração do evento, que acontece no Centro Cultural de Mindelo, a partir das 18:30, vai ser lançada uma coleção de 11 postais de Cabo Verde e um calendário 2016, dedicado às aves. “Na verdade, o número de quadros é indeterminado, pelo facto de ser uma exposição dinâmica em que saem uns quadros e vão entrando outros, mas serão, aproximadamente, 40 em tamanho A2 e tamanho A3”, informou.
Esta exposição, que vai estar patente ao público durante todo o mês de Março, segundo Zé Pereira, tem como objectivo divulgar e proteger a biodiversidade. A exposição conta com curadoria da bióloga marinha, Cristina Silva, e do presidente da Associação Amigos do Calhau, Jorge Melo, e esteve patente igualmente na Cidade da Praia durante o mês de Fevereiro. José António Rodrigues Almeida Pereira, “Zé Pereira”, nasceu em São Vicente e reside atualmente na Cidade da Praia e foi o vencedor da 2ª edição do Concurso “Cabo Verde - Paisagem, Fauna e Flora”, promovido pelo Ministério do Ambiente. Já realizou várias exposições, uma das quais na aldeia piscatória de São Pedro, duas exposições digitais na Universidade de Cabo Verde, na Praia, alusivas ao Dia Mundial da Biodiversidade, e exposição “Também somos Histórias…” em parceria com a Mindelact, Festival Internacional de Teatro de 2015, que também esteve patente na Cidade da Praia.
Inforpress, 4 de Março de 2016; http://tinyurl.com/gt8yx49
Fogo: Universidade de Barcelona vai monitorar quatro espécies de aves marinhas que reproduzem no Ilhéu de Cima
No Ilhéu de Cima, Jacob Gonzalez disse que a equipa técnica tem estado a trabalhar com o pedreiro, pedreiro azul, pedreirinho e João Preto, quatro espécies de aves marinhas que reproduzem neste espaço e que estão neste momento na fase de incubação ou reprodução. Durante três semanas, a equipa vai, além de acompanhar o processo de reprodução, tentar colocar e recuperar alguns aparelhos geolocalizadores colocados, nos anos anteriores, nas patas dos animais para conhecer a sua emigração, de modo a poder analisar os dados recolhidos e conhecer onde estiveram durante todo o ano.
O especialista disse que algumas dessas espécies reproduzem em Cabo Verde, mas logo após a reprodução, em meados de Maio/Junho, emigram para o centro de Atlântico e só voltam a regressar em meados de Janeiro/Fevereiro. A população dessas quatro espécies é muito importante e pode chegar a um milhar de casais e, segundo aquele especialista, o estado de conservação destas é melhor do que Pterodroma feae (Gongon), porque a reprodução é feita em locais protegidos e sem presença humana e, por isso mesmo, não há muitas ameaças. Estas espécies estão menos ameaçadas do que o Gongon, uma espécie de ave marinha em Cabo Verde que está mais ameaçada por reproduzir em áreas perto das comunidades habitadas e as ameaças são originadas pelo homem. “A espécie que merece mais esforço de conservação e proteção é o Gongon”, disse Jacob Gonzalez, para quem Cabo Verde tem grande responsabilidade para a conservação das espécies endémicas de aves marinhas.
Inforpress, 9 de Março de 2016; http://tinyurl.com/zj3pqy7
OMS admite estirpe africana do zika em Cabo Verde
A Semana, 12 de Março de 2016; http://tinyurl.com/hxom47p
Medidas para preservar tartarugas marinhas em Cabo Verde são insuficientes
Os autores do estudo alertam, por isso, para “a necessidade rever as medidas de conservação vigentes, trabalhando diretamente com caçadores e consumidores”. O estudo foi realizado no âmbito do projeto de investigação que Joana Hancock, estudante de doutoramento do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, desenvolveu para o seu mestrado na Universidade de Exeter (Reino Unido). A população de tartarugas marinhas Caretta caretta de Cabo Verde é a terceira maior do mundo, sendo apenas ultrapassada pelas populações na Florida (Estados Unidos) e em Omã (Golfo Pérsico). As tartarugas visitam as praias para construir os ninhos e depositar os ovos, estimando-se que em Cabo Verde 85% a 90% da nidificação ocorra nas praias da Boavista. Cabo Verde introduziu legislação para proteger as tartarugas marinhas pela primeira vez em 1987, proibindo a sua captura em épocas de desova.
As medidas de conservação actuais preveem também a proteção e monitorização das praias com recurso ao voluntariado e, em alguns casos, às Forças Armadas e com uma aposta em ações de sensibilização dinamizadas por Organizações Não-Governamentais. No entanto, os registos anuais continuam a “evidenciar uma forte influência negativa da ação humana nos níveis de população de tartarugas marinhas no arquipélago”. O estudo foi realizado em 2011, quando uma equipa de investigadores esteve no país, tendo realizado mais de quatrocentos inquéritos a habitantes das ilhas de Boavista e Santiago, com especial foco nas comunidades de pescadores e vendedoras de peixe, tradicionalmente associados à captura e comércio de tartarugas marinhas. Através destes inquéritos pretenderam avaliar níveis de captura e consumo ilegal de tartarugas marinhas e compreender se as intervenções actuais representam a abordagem mais eficaz para promover a conservação destas espécies. “A captura e venda das tartarugas é feita para obter um rendimento alternativo em alturas de dificuldades económicas, aproveitando o facto de que ainda há procura desta carne por parte dos consumidores, o que indica a necessidade de uma abordagem socioeconómica da região para desenvolver medidas de conservação mais eficazes”, defende Joana Hancock.
O estudo conclui ainda que a aprovação em finais de 2015 de legislação que criminaliza a captura, abate e comercialização de tartarugas marinhas, não trouxe resultados positivos imediatos. “Na falta de uma abordagem socioeconómica, as medidas de conservação tendem a gerar mais conflitos do que soluções”, adiantou. Os resultados do estudo sugerem ainda que, apesar da aparente redução da captura e consumo, houve uma alteração da captura de subsistência para o comércio, particularmente na ilha da Boavista. Como parte do seu projeto de doutoramento, Joana Hancock vai em breve adaptar este estudo à realidade de São Tomé e Príncipe, que recentemente aprovou uma nova lei de conservação de tartarugas marinhas.
LUSA, 23 de Maio de 2016; http://noticias.sapo.cv/lusa/artigo/20763042.html
Conforme informou, estes dados foram colhidos pelos técnicos que estão a fazer o monitoramento das praias, acrescentou dizendo que a campanha de proteção das tartarugas está prevista para fim do próximo, de forma oficial, mas mesmo assim a FMB já está no terreno a fazer o seu trabalho, tanto o recrutamento dos guardas como nos contactos com voluntários. “Já estamos no terreno a fazer senso em várias praias para vermos se as atividades estão a aumentar e temos previsto o arranque no fim do mês de Junho, mas caso concluirmos que as atividades estão a aumentar vamos redefinir os nossos planos”, adiantou. Aquele responsável informou ainda que, a cada ano que passa estão a privilegiar as pessoas locais para liderarem as equipas de patrulha, tendo em conta que muitos destes estão a trabalhar com a FMB na protecção há 3 anos, e disse que para este ano contam somente com dois líderes de equipa vindos de fora e o resto serão todos jovens maienses.
“Já terminamos o processo da seleção dos guardas, e brevemente vamos iniciar com uma formação e capacitação dos mesmos para que tudo esteja pronto para arrancarmos na data prevista sem nenhum sobressalto”, frisou. Leno Passos avançou ainda que à semelhança do ano passado, este ano querem trabalhar juntamente com os pescadores e envolver ainda mais as comunidades locais nesta campanha, pelo que vão trabalhar com as associações comunitárias para que estas também passem essas informações aos seus membros, demonstrando que esta é uma missão de todos e não somente da FMB.
Inforpress, 27 de Maio de 2016; http://noticias.sapo.cv/vida/noticias/artigo/1475677.html
Publicações recentes sobre zoologia Caboverdiana
Potencialidade da Menta pulegium no controlo de mosquitos.
Diara Rocha, Maria Novo, Olívia Mato, Ana C. Figueiredo, Manuel
Delgado, Marilene D. Cabral, Maria Liberato & Cristina Moiteiro, 2015.
Revista de Ciências Agrárias, 38(2): 155-165.
ABSTRACT O controlo vetorial continua preponderante
no combate às doenças transmitidas por mosquitos, tais como malária e
dengue. Anopheles spp. são
responsáveis pela vasta distribuição de malária, sobretudo em áreas
tropicais, causa de elevada morbilidade e mortalidade infantil. Aedes aegypti,
o principal vetor da dengue, tem ampla distribuição geográfica, tendo
sido encontrado, na Ilha da Madeira, em Portugal em 2005, e em 2012
ocorreu o primeiro surto. Em Cabo Verde, a primeira epidemia de dengue
ocorreu em 2009 demonstrando que o vírus da dengue continua em
expansão. Fitoquímicos são potenciais alternativas aos pesticidas
orgânicos sintéticos, sendo eficazes no controlo de mosquito. Produtos
químicos, obtidos a partir de fontes naturais, são agentes de controlo
com elevado grau de biodegradabilidade, comportando menos riscos
ambientais. Neste estudo, os óleos essenciais (OEs) de Mentha pulegium foram testados em larvas de terceiro estádio de Anopheles atroparvus, Anopheles gambiae, Anopheles stephensi e Aedes aegypti
(da Madeira e Cabo Verde). A composição química dos OEs de M. pulegium
de Portugal e Cabo Verde foi determinada por análise RMN de 13C, por CG
e CG-EM. O efeito larvicida foi observado em todas as espécies, sendo
maior nas larvas de Ae. aegypti de Cabo Verde.
BANGEMAC: El Barcoding de la Biodiversidad Marina Centro-Atlántica.
González-Henríquez N, Quinteiro J, Rey-Méndez M, Manent P, Medina C,
Aráujo R, Alves A, Góis AR, Gonçaves J, Carreira G, Fortes I, Freitas
R, Lopes E, Almeira C, 2015.
In book: XVII Foro dos Recursos Mariños e da Acuicultura das Rías
Galegas, Publisher: FOROACUI, Editors: M. Rey-Méndez, J.
Fernández-Casal, C. Lodeiros, A. Guerra, pp.181-184.
ABSTRACT La Red BANGEMAC constituida por las
entidades y organismos públicos de los proyectos BANCOMAC, BANGEN y
BIOTECMAR, han iniciado un banco de organismos, tejidos, ADN y el
BARCODING BANGEMAC de secuencias del gen COx1 del ADN mitocondrial de
los recursos marinos de los archipiélagos macaronésicos (Açores,
Madeira, Canarias y Cabo Verde). El BARCODING - ADN o código de barras
de la vida, es una metodología en la que un pequeño fragmento de la
molécula de ADN se utiliza como un patrón único para identificación de
las especies. El fragmento utilizado es el citocromo c oxidasa
subunidad 1 (COx1), un gen conservado de la molécula de ADN con 648pb.
Este gen constituye el marcador estándar para las iniciativas FISH-BOL,
MARINE-BOL, con el objetivo de proporcionar un identificador molecular
para un gran número de especies y en un amplio rango taxonómico. Por
otra parte, esta herramienta es muy útil para la detección rápida y
fiable en cualquiera de sus estadios del ciclo vital de las
intromisiones o invasiones, de las especies exóticas y el primer paso
para su control. Para la puesta en marcha de este Banco de
Biodiversidad: Se han elaborado Guías de procedimientos y protocolos:
de recolección de organismos y de muestras y metodologías de Biología
Molecular. Se ha diseñado una base de datos para el control de la
información obtenida. Se ha diseñado un programa informático que
permitirá tener toda la información integrada de las especies marinas.
La información obtenida permitirá la creación de elementos de
referencia para la gestión de la biodiversidad marina fomentando el
acceso a la información y el conocimiento de las especies. Las
principales aplicaciones de estos resultados serán: a) Catalogación de
la biodiversidad. Caracterización de especies y poblaciones. Detección
e identificación de especies invasoras. b) Estudio de relaciones
filogenéticas entre especies y análisis de la estructura poblacional.
Evaluación de las relaciones faunísticas inter-poblacionales. Estudio
de la especiación en el medio marino, niveles de endemismo y niveles de
flujo génico. c) Aplicaciones relacionadas con objetivos ecológicos.
Diversidad genética y detección de poblaciones. Diseño y monitorización
de Reservas Marinas. Diseño de políticas conservacionistas. d)
Aplicaciones para la gestión de los recursos marinos y la trazabilidad
de productos pesqueros y acuícolas. e) Creación de empresas de
base tecnológica relacionadas con la tecnología del ADN y sus
aplicaciones.
Estudo taxonómico da Família Sternotpychidae (Actinopterygii, Stomiiformes) Senghor, Cabo Verde. Ana Carolina Cruz, Bárbara Pitarama, Rui Pedro Vieira & Marina R Cunha, 2016.
IV Encontro Nacional de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
(Universidade de Aveiro), Vol 6 (1):23. ISSN 1647-323X.
ABSTRACT Os montes submarinos têm sido considerados
como locais de grande biodiversidade e acumulação de biomassa marinhas.
O monte submarino Senghor encontra-se no extremo nordeste do
arquipélago de Cabo Verde, a aproximadamente 60 milhas da Ilha do Sal.
Com o objetivo de estudar a ictiofauna mesopelágica desta reunião,
realizaram-se duas campanhas, a bordo do navio de investigação Poseidon
- P423 e P466, efetuadas em dezembro de 2011 e fevereiro de 2013,
respetivamente. A amostragem foi concebida com arrastos oblíquos entre
os 0 e os 500 m, com recurso a uma rede de arrasto pelágica IKMT.
Depois de triadas as amostras foi selecionada a família Sternoptychidae
para um estudo taxonómico mais aprofundado. A Família de peixes
mesopelágicos Sternoptychidae, pertencente à ordem dos Stomiformes,
engloba espécies com grande diversidade morfológica, particularmente em
relação à quilha pós-abdominal que deu aos membros desta família o seu
nome mais comum: “Peixes-machadinha”. Estes seres realizam migrações
verticais diárias, durante as quais ascendem (à noite ou entardecer) de
profundidades entre 250 e 1000 m até aos 20-100 m. A Família
Sternoptychidae engloba cerca de 70 espécies válidas atribuídas a 10
géneros. Dessas setenta espécies, vinte e três ocorrem no Oceano
Atlântico, e nove foram identificadas neste trabalho. São apresentados
detalhes morfológicos sobre os principais caracteres diagnósticos para
a identificação das espécies encontradas na região do Monte submarino
Senghor.
Os Corais em Cabo Verde: um património a proteger. Evandro Lopes, Rui Freitas & Osvaldina Silva, 2016. Revista Internacional em Língua Portuguesa, VolIII (27).
ABSTRACT
Os recifes de corais estão no grupo dos ecossistemas mais ricos em
termos de biodiversidade do planeta. Estes ecossistemas têm como base o
coral (cnidário) que cria um ambiente ideal e uma estrutura em
carbonato de cálcio, onde coabitam várias espécies de vertebrados e
invertebrados. Devido a condições oceanológicas, o arquipélago de Cabo
Verde não possui verdadeiros recifes mas sim comunidades coralinas, em
enseadas e baías abrigadas, os quais têm sustentado a produtividade
piscívora no litoral do arquipélago, e por assim, elevados índices de
diversidade biológica. Neste artigo é apresentada uma listagem das
espécies mais representativas no arquipélago, bem como importância
relativa para alguns dessas espécies. São apresentados ainda alguns
desafios e impactes enfrentados por esses organismos marinhos, algumas
ações desencadeadas para a sua conservação sustentável e ainda estudos
produzidos para se dar a conhecer essa biodiversidade singular.
Host and environmental specificity in bacterial communities associated to two highly invasive marine species (genus Asparagopsis). Tânia Aires, Ester A Serão & Aschwin H Engelen, 2016. Frontiers in microbiology, 7:559. http://dx.doi.org/10.3389/fmicb.2016.00559.
ABSTRACT
As habitats change due to global and local pressures, population
resilience, and adaptive processes depend not only on their gene pools
but also on their associated bacteria communities. The hologenome can
play a determinant role in adaptive evolution of higher organisms that
rely on their bacterial associates for vital processes. In this study,
we focus on the associated bacteria of the two most invasive seaweeds
in southwest Iberia (coastal mainland) and nearby offshore Atlantic
islands, Asparagopsis taxiformis and Asparagopsis armata.
Bacterial communities were characterized using 16S rRNA barcoding
through 454 next generation sequencing and exploratory shotgun
metagenomics to provide functional insights and a backbone for future
functional studies. The bacterial community composition was clearly
different between the two species A. taxiformis and A. armata and between continental and island habitats. The latter was mainly due to higher abundances of Acidimicrobiales, Sphingomonadales, Xanthomonadales, Myxococcales, and Alteromonadales
on the continent. Metabolic assignments for these groups contained a
higher number of reads in functions related to oxidative stress and
resistance to toxic compounds, more precisely heavy metals. These
results are in agreement with their usual association with hydrocarbon
degradation and heavy-metals detoxification. In contrast, A. taxiformis
from islands contained more bacteria related to oligotrophic
environments which might putatively play a role in mineralization of
dissolved organic matter. The higher number of functional assignments
found in the metagenomes of A. taxiformis
collected from Cape Verde Islands suggest a higher contribution of
bacteria to compensate nutrient limitation in oligotrophic
environments. Our results show that Asparagopsis-associated
bacterial communities have host-specificity and are modulated by
environmental conditions. Whether this environmental effect reflects
the host’s selective requirements or the locally available bacteria
remains to be addressed. However, the known functional capacities of
these bacterial communities indicate their potential for
eco-physiological functions that could be valuable for the host
fitness.
How many species of Siphonaria pectinata (Gastropoda: Heterobranchia) are there? Gonzalo Giribert & Gisele Y Kawauchi, 2015. Journal of Molluscan Studies, 82(1):137-143. http://dx.doi.org/10.1093/mollus/eyv038.
ABSTRACT Siphonaria pectinata
(Linnaeus, 1758) has been considered a widespread species with
Amphiatlantic distribution or a case of cryptic taxonomy where sibling
species exist. We undertook molecular evaluation of 66 specimens from
across its putative distribution range. We examined up to three
molecular markers (mitochondrial cytochrome c oxidase subunit I and 16S
rRNA, and nuclear internal transcribed spacer-2) of putative S. pectinata,
including populations from the Mediterranean Sea, eastern Atlantic
(Spain, Canary Islands, Cape Verde Islands, Cameroon and Gabon) and
western Atlantic (Florida and Mexico), covering most of the natural
range of the species. While little information could be derived from
the shell morphology, molecular data clearly distinguished three
lineages with no apparent connectivity. These lineages correspond to
what we interpret as three species, two suspected from prior work: S. pectinata, restricted to the eastern Atlantic and Mediterranean and S. naufragum
Stearns, 1872 in Florida and the Gulf of Mexico. A third species has
been identified for the Cape Verde Archipelago, for which we use the
available name S. placentula Menke, 1853.
Exploring
drivers and deterrents of the illegal consumption and trade of marine
turtle products in Cape Verde, and implications for conservation
planning. Joana M Hancock, Sarifo Furtado, Sonia Merino, Brendan J Godley & Ana Nuno, 2016. Oxy, http://dx.doi.org/10.1017/S0030605316000107.
ABSTRACT
Conservation regulations aimed at restricting resource use are commonly
used to manage and protect natural resources but their implementation
depends on the compliance of resource users. The design of effective
regulations should be informed by an understanding of the factors that
affect compliance, considering contextual socio-economic information.
Changes have been implemented in the national legislation protecting
marine turtles in the Cape Verde archipelago, where historical and
recent records indicate heavy human predation pressure on nesting and
foraging marine turtles. We present an assessment of levels of illegal
harvesting and consumption of marine turtle products on two of the
islands, Boa Vista and Santiago, and an analysis of their potential
drivers. Key stakeholders were interviewed to investigate the perceived
impact of the main interventions employed in Cape Verde to reduce
illegal harvesting, trade and consumption of marine turtles. Despite an
apparent decrease in harvesting and consumption, our results suggest
there has been a shift from subsistence harvesting to trade in Boa
Vista. The existence of laws to protect marine turtles was perceived as
a deterrent to harvesting, and awareness campaigns and a lack of
availability were perceived as reasons for the decrease in consumption
in Boa Vista and Santiago, respectively. Aiming to inform ongoing
discussions, we recommend a multi-targeted approach focusing on both
suppliers and consumers to magnify conservation effectiveness. Regular
impact evaluation focusing on harvest and consumption is needed to
improve the design of regulations and inform policy decision making.
Recent
rhodolith deposits stranded on the windward shores of Maio (Cape Verde
Islands): Historical resource for the local economy. Markes E Johnson, Gudveig Baarli, Carlos da Silva, Mário Cachão, Ricardo Ramalho, Ana Santos & Eduardo J Mayoral, 2016. Journal of Coastal Research, http://dx.doi.org/10.2112/JCOASTRES-D-15-00211.1.
ABSTRACT
Maio is a volcanic island with an area of 269 km2 in the Cape Verde
archipelago off the west coast of Africa. Although considered a leeward
island, it absorbs NE trade winds that typically register 5 to 6 on the
Beaufort Scale (moderate to fresh breeze). The trade winds produce
ocean swells commonly 3.5 m in height that scour the island’s north
coast but also generate eastern longshore currents. Outcrops with
Pleistocene rhodoliths occur on the SE and south shores and include
lithified dunes mainly composed of crushed rhodolith debris. In
contrast, the modern beaches and Pleistocene dunes on the more
sheltered west coast are practically devoid of rhodoliths. Present-day
rhodolith banks off the north coast would seem to be precluded by
intense wave action. This study examines rhodoliths from overwash and
beach-rock deposits around Ponta Cais in the far north. Lumpy
rhodoliths (likely Lithothamnion
sp.) are concentrated in a sheltered corner on the bay south of Ponta
Branca. A more extensive overwash deposit covers an area of 27,000 m2
that is 1 m above mean sea level with a surface exposure of 450
rhodoliths/m2 . A unique specimen nucleated around a ceramic fragment
indicates that the deposit is historical in context. Rhodolith beach
rock extends all along Praia Real east of Ponta Cais. A northern bank
clearly exists, but it does so at a water depth normally adequate to
protect larger rhodoliths from all but major storms. Abandoned
limekilns behind Praia Real demonstrate that the local economy on a
volcanic island used rhodoliths as a source of mortar and whitewash.
The occurrence of the filarial nematode Dirofilaria repens
in canine hosts from Maio Island, Cape Verde. Marcos R, Pereira C, Maia
JP, Santos M, Luzzago C, Lauzi S, Genchi C, Faustino A &
Puente-Payo P, 2016. Journal of Helminthology, http://dx.doi.org/10.1017/S0022149X16000067.
ABSTRACT The prevalence of canine Dirofilaria
infection in Maio Island (Cape Verde) was analysed by serology,
morphological and molecular identification of the parasite species.
Blood and sera were collected from 150 dogs and 80 cats aged over 6
months from various localities of the island. DNA was extracted from
blood and samples were screened by polymerase chain reaction (PCR)
using microfilaria-specific primers. No Dirofilaria immitis was found in dogs while D. repens
microfilariae were found in 5.3% of dogs and 6% were positive by PCR.
The species identity was confirmed by sequencing of PCR products, which
showed almost 100% homology with D. repens European sequences published in GenBank. No difference in Dirofilaria
infection was observed between males and females or in dogs with
different weights. However, older dogs and those from the western part
of Maio Island were more frequently infected. No Dirofilaria was found in cats. This study represents the first evidence of D. repens
in Cape Verde (West Africa) and highlights the need for implementing
control measures and for a better surveillance of dirofilariosis in
Africa.
The past, present and future of African dust. Amato T Evan, Cyrille Flamant, Marco Gaetani & Françoise Guichard, 2016. Nature, 531:493-497. http://dx.doi.org/10.1038/nature17149.
ABSTRACT
African dust emission and transport exhibits variability on diurnal to
decadal timescales and is known to influence processes such as Amazon
productivity, Atlantic climate modes, regional atmospheric composition
and radiative balance and precipitation in the Sahel. To elucidate the
role of African dust in the climate system, it is necessary to
understand the factors governing its emission and transport. However,
African dust is correlated with seemingly disparate atmospheric
phenomena, including the El Niño/Southern Oscillation, the North
Atlantic Oscillation, the meridional position of the intertropical
convergence zone, Sahelian rainfall and surface temperatures over the
Sahara Desert, all of which obfuscate the connection between dust and
climate. Here we show that the surface wind field responsible for most
of the variability in North African dust emission reflects the
topography of the Sahara, owing to orographic acceleration of the
surface flow. As such, the correlations between dust and various
climate phenomena probably arise from the projection of the winds
associated with these phenomena onto an orographically controlled
pattern of wind variability. A 161-year time series of dust from 1851
to 2011, created by projecting this wind field pattern onto surface
winds from a historical reanalysis, suggests that the highest
concentrations of dust occurred from the 1910s to the 1940s and the
1970s to the 1980s, and that there have been three periods of
persistent anomalously low dust concentrations - in the 1860s, 1950s
and 2000s. Projections of the wind pattern onto climate models give a
statistically significant downward trend in African dust emission and
transport as greenhouse gas concentrations increase over the
twenty-first century, potentially associated with a slow-down of the
tropical circulation. Such a dust feedback, which is not represented in
climate models, may be of benefit to human and ecosystem health in West
Africa via improved air quality and increased rainfall. This feedback
may also enhance warming of the tropical North Atlantic, which would
make the basin more suitable for hurricane formation and growth.
Global spatial ecology of three closely-related gadfly petrels.
Raül Ramos, Iván Ramírez, Victor H Paiva, Teresa Militão, Manuel
Biscoito, Dília Menezes, Richard A. Phillips, Francis Zino & Jacob
González-Solís, 2016. Scientific Report, 6:23447. http://dx.doi.org/10.1038/srep23447.
ABSTRACT
The conservation status and taxonomy of the three gadfly petrels that
breed in Macaronesia is still discussed partly due to the scarce
information on their spatial ecology. Using geolocator and
capture-mark-recapture data, we examined phenology, natal philopatry
and breeding-site fidelity, year-round distribution, habitat usage and
at-sea activity of the three closely-related gadfly petrels that breed
in Macaronesia: Zino’s petrel Pterodroma madeira, Desertas petrel P. deserta and Cape Verde petrel P. feae. All P. feae remained around the breeding area during their non-breeding season, whereas P. madeira and P. deserta
dispersed far from their colony, migrating either to the Cape Verde
region, further south to equatorial waters in the central Atlantic, or
to the Brazil Current. The three taxa displayed a clear allochrony in
timing of breeding. Habitat modelling and at-sea activity patterns
highlighted similar environmental preferences and foraging behaviours
of the three taxa. Finally, no chick or adult was recaptured away from
its natal site and survival estimates were relatively high at all study
sites, indicating strong philopatry and breeding-site fidelity for the
three taxa. The combination of high philopatry, marked breeding
asynchrony and substantial spatio-temporal segregation of their
year-round distribution suggest very limited gene flow among the three
taxa.
Spermatozoon ultrastructure of Thysanotaenia congolensis (Cyclophyllidea, Anoplocephalidae, Inermicapsiferinae): phylogenetic implications. Jordi Miquel, Zdzisław Świderski & Carlos Feliu, 2016. Parasitology Research, pp 1-9. http://dx.doi.org/10.1007/s00436-016-5063-9.
ABSTRACT The mature spermatozoon of Thysanotaenia congolensis, an intestinal parasite of black rat Rattus rattus from Cape Verde, is described by means of transmission electron microscopy. The ultrastructural organization of the sperm cell of T. congolensis follows Levron et al.'s type VII of the Eucestoda. It corresponds to a uniflagellate spermatozoon that presents crested bodies, periaxonemal sheath and intracytoplasmic walls, spiralled cortical microtubules and nucleus spiralled around the axoneme. These characteristics are also present in the spermatozoa of other inermicapsiferines and differ from the characters found in species belonging to the remaining subfamilies of anoplocephalids, namely Anoplocephalinae, Linstowiinae and Thysanosomatinae. Several authors consider the family Anoplocephalidae as a polyphyletic group, and its relationships with the Davaineidae are a matter of controversy. The phylogenetic implications of spermatological ultrastructural features present in inermicapsiferines and in the remaining anoplocephalids are discussed, and the available data on anoplocephalids are compared to similar results in davaineids in order to contribute to a better knowledge of relationships between these cyclophyllidean families.